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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Reflexões de uma historiadora (E mulher é claro!)
Domingo meio dia, em meio ao almoço de um dia sem energia elétrica, eis que surge uma música (pois a energia chegou de repente), daquelas que chama a atenção, era um pagodão, o som do vizinho lá nas alturas, como é de costume nos bairros populares.
Como não entendia o que a música queria dizer, pois a intenção é justamente essa, que se ouça só o ritmo contagiante e não se reflita sobre o conteúdo da música, larguei o prato na mesa e me aproximei da porta de entrada da casa. Só assim compreendi, porém não acreditando no que via, ou melhor, ouvia. Eis que em meio ao batuque empolgante vinha a revelação: “Mulher é igual à lata, um chuta e outro cata, um chuta e outro cata.”
Séculos de lutas e conquistas femininas, revoluções, impérios caíram e outros se ergueram, advento da modernidade, emergência da pós- modernidade e parece que voltamos aos tempos das cavernas e olha lá se as mulheres pré-históricas eram tratadas assim!
Pois é meus caros amigos, como dizia Cazuza “ Meus heróis morreram de overdose”. Que saudade da poesia: Elis, Caetano, Chico, Vinícius... Que saudade de quando se podia escutar uma boa música, feita com sentimento ou resultante das lutas cotidianas.
Mas enfim, mulher é igual à lata, um chuta e outro cata...
E a vida continua, como se estivéssemos amordaçados e imobilizados, anestesiados diante desse novo panorama musical que aí se apresenta.
O que será enfim que nossos filhos, netos e bisnetos irão ouvir daqui a alguns anos? É o retrocesso da história ou o avanço dela? É a chamada pós-modernidade meus caros amigos.

                                                           Por: Maria Aparecida

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